Ainda que seja difícil obter números específicos, temos uma boa ideia sobre onde os estúdios gastam seu dinheiro. O orçamento de produção de um filme inclui todos os custos incorridos em pré-produção, filmagem, pós-produção e promoção. Isso inclui adquirir os direitos sobre o roteiro, pagar os salários dos atores e da equipe de produção, construir cenários, bancar efeitos especiais, figurinos, adereços, marketing, treinamento de cachorros – tudo! E quanto custa “tudo”? O orçamento médio de produção para um filme de estúdio grande em 2007 foi de US$ 106 milhões.

Para os filmes de estúdio, a “aposta segura” tradicional é investir pesado em um ator conhecido. O motivo é simples: astros vendem mais ingressos e são mais reconhecíveis e vendáveis junto às audiências internacionais. Assim que um astro consegue alguns grandes sucessos, em geral conquista acesso ao exclusivo clube dos salários da ordem de US$ 20 milhões por filme – ainda que poucos deles sejam sócio vitalícios.
Depois de uma série de sucessos sem a presença de grandes astros, como “Transformers”, “Star Trek” e “Se Beber, Não Case" (The Hangover), e mais uma crescente lista de fracassos de superastros, tais como “A Terra Perdida" (Land of the Lost), de Will Ferrell, e “Duplicidade” (Duplicity), de Julia Roberts, os estúdios parecem estar começando a ver a luz. Astros como Denzel Washington e Tom Cruise estão aceitando salários mais baixos em troca de participação maior nas vendas de DVDs e nos lucros de distribuição.
Não surpreende que os filmes mais dispendiosos dos últimos 20 anos sejam aqueles com os maiores efeitos especiais: “Homem Aranha 3” (US$ 258 milhões), “Harry Potter e o Enigma do Príncipe" (Harry Potter and the Half-Blood Prince) (US$ 250 milhões) e “Superman: O Retorno" (Returns) (US$ 232 milhões) encabeçam a lista. Para “Transformers 2” (US$ 225 milhões), a Industrial Light and Magic, uma das potências dos efeitos especiais, empregou 40 animadores em período integral. James Cameron, que mais ou menos inventou o gênero de filme de superorçamento com efeitos especiais grandiosos, ao filmar “Titanic”, desenvolveu tecnologia 3D própria para “Avatar”, e investiu US$ 14 milhões em dinheiro pessoal no filme.
Com todo esse dinheiro circulando, seria de imaginar que os estúdios são capazes de perceber o potencial de sucesso de certos filmes. De forma alguma. Cada filme é um produto único (mesmo as continuações) e chega a um mercado em permanente mutação. O próximo grande sucesso pode ser uma comédia de baixo orçamento ou uma extravagância de efeitos especiais ao custo de US$ 250 milhões. Nunca se sabe – esse é o mundo do entretenimento.
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